terça-feira, 14 de junho de 2016

Dia da cirurgia

Dia 17/05/16 nunca mais sairá da minha memória. Foi o dia do renascimento!

No dia anterior, os meninos já foram dormir na minha irmã (obrigada tia Paty e tio Marcio <3) porque eu internaria cedo no dia seguinte. Samuel teve uma crise de choro e dizia que não queria que eu operasse. Thiago ficou agitado, desobediente, também disse que não queria que eu operasse. Mas por fim, se acalmaram... Posso falar? Difícil esse momento...

Bom, internei as 6h no hospital 9 de julho. Estava com Luciano e minha mãe. Ficamos muito bem impressionados com o hospital, o atendimento, a boa vontade das pessoas, a educação, a limpeza. Vcs foram ótimos!

Fiquei aguardando num quarto pré-internação (não sei se esse é o nome) e recebi instruções para tomar banho antes dos procedimentos. Tinha que usar um produto específico lá e não podia lavar/molhar o cabelo. Depois já vesti aquela roupinha (horrível)  de hospital e fiquei aguardando. Verificaram pressão (11x8) e outras medidas e estava tudo bem. 
Logo chegou o Dr Heber (anestesista). Ele é muito divertido! Fez um monte de perguntas de praxe, preencheu um monte de papel e disse que logo o Dr. Fabio subiria pra falar comigo.
Nesse ínterim, descobri que uma moça da minha igreja (IPSA) trabalha lá no 9 de julho. Que mundo pequeno não?
Bom, Dr Fabio veio, preencheu mais papéis, mais perguntas foram feitas... uma burocracia gigantesca! Acho que é padrão, normal.
Minha mãe e o Lu oraram comigo e logo em seguida, vieram me buscar. Despedi dos 2 e fomos rumo a cirurgia. Até então, estava muito tranquila. Mas nessa hora, deu um aperto... É interessante a sensação de estar indo pra um lugar, um procedimento que vc não tem NENHUM controle sobre o que vai acontecer. Interessante, porque na verdade, não temos esse controle hora nenhuma, mas sempre achamos que temos né? Orei mais uma vez a Deus, entregando tudo a Ele. Lembrei dos meus tios Joancir e Leni que haviam cantado uma música para mim no dia anterior que falava justamente sobre isso. Entreguei nas mãos de Deus e fui mais tranquila!
Lá embaixo no centro cirúrgico, assim que me acomodei na mesa, começaram os procedimentos e a única dor que senti foi a da picada do anestesista. Parecia que ele estava enfiando um canudo do McDonald´s na minha mão! Demos risada, porque ele disse que o cirurgião que faz os cortes e tal, mas ele que é o ruim porque só com ele sentimos dor.
Dr Fabio entrou e veio me ver, daí eu disse: "doutor, acho que agora estou ficando com medo...". Ele riu e disse: "o homem que acaba com os medos já vai dar um jeito nisso". Segundos depois, a luz rodou e eu pensei "vão me apagar", mas mal deu tempo de terminar o pensamento...

A cirurgia transcorreu normalmente, não precisei usar dreno no fígado (isso se deve ao benefício de ter perdido 8Kg na dieta pré porque isso deixa o fígado mais leve) e tudo certo. Dr Fabio foi ao encontro da minha mãe e do Lu e explicou que estava tudo bem e que eu tinha ido pra recuperação e que por volta das 14h iria pro quarto.

Quando acordei, já estava na recuperação e lembro de ter levantado o braço e dito que estava com muita dor. Vi uma movimentação atrás de mim, do anestesista e apaguei de novo. Qd voltei, não tinha mais dor, apenas ânsia de vômito. Me deram uma toalha pra usar, se preciso. 

Estava com a saliva muito grossa e qd cuspia, ela estava azul. Ainda bem que na reunião o Dr Rizzi tinha explicado que isso era normal, senão eu teria tido um treco. No final da cirurgia, eles injetam um líquido azul para verificar se não há nenhum "vazamento" no grampeamento do estômago. Eles checam a partir do vídeo e daí fica fácil verificar. Esse líquido vai saindo depois tanto na saliva, quanto pela urina (sim, xixi azul por uns dias).
Fui pro quarto bem grogue ainda. Não lembro de muita coisa, mas minha mãe disse que eu mesma fui sozinha da maca pra cama. Lembro vagamente, dela e do Lu falando comigo, mas eu estava mais apagada do que acordada. Eles falaram que eu estava até falando mole, enrolado... kkkkkk...meu pai também estava lá quando voltei.
Quando, de fato, acordei, segui as ordens do médico: imediatamente pra poltrona. Lá fiquei por 30´ e aí tinha que andar o máximo que pudesse. Levantei devagar (ainda um pouco lenta por causa da anestesia) e me deu tontura. Comecei a ter ânsia. Dei uns 8 passos até a pia que havia perto do quarto e a sensação piorou muito. MUITA ânsia! Comecei a arrotar descontroladamente... cada vez que arrotava, morria de vergonha e pedia desculpas. A enfermeira morria de rir e dizia: "ixi, fique tranquila! É normal! Vcs precisam fazer isso..." Aí, lembrei que um dos procedimentos é inflar a barriga (isso mesmo, eles enchem a barriga como se fosse um pneu ou balão) para facilitar o manuseio dos órgãos internos. E só eliminamos esses gases da maneira tradicional : arrotando ou soltando pum... rs... Lembro de ter dito pra minha mãe: "me perdoe por não fazer nada do que a sra me ensinou..." kkkkkk... Agora é até engraçado, mas na hora, foi tenso!

A segunda vez que tentei caminhar, consegui ir até a porta do quarto e voltei. Muita ânsia e tontura. Não sentia dor na barriga, no lugar da cirurgia, mas tinha tomado morfina, então... estava tranquilo. Eu sabia que precisava caminhar! Essa era uma parte importante no processo pois além de ajudar a eliminar os gases (que causam MUITA dor), ajudam a evitar embolia pulmonar e trombose. Eu estava usando uma meia de compressão, o tempo todo, desde da mesa cirúrgica. Então, sempre que passavam os 30', levantava e tentava caminhar.
Perto das 17h, o Lu foi embora pra ficar com os meninos e eu fiquei só com minha mãe.

Foram 12 horas difíceis, com muitas náuseas e tonturas, gases e caminhadas incômodas, inicialmente, mas que traziam grande alívio depois. Durante a noite, podia dormir 2h e tinha que acordar pra caminhar. Ah! Detalhe: não podia deitar, então o tempo todo, fiquei na poltrona, seja dormindo, seja acordada.
Passadas as primeiras 12h, não tinha mais dores nem ânsia. Tinha náuseas porque a saliva ainda estava muito grossa, então eu tinha que cuspí-la (até porque não devia engolir mesmo). Caminhar estava um pouco mais fácil também. Apareceram as fisioterapeutas pra me ensinar uns exercícios que pareciam bestas mas que foram me ajudando a respirar com mais intensidade. Era interessante que assim que terminava o exercício, começava a tossir e saíam placas de catarro, resultado das horas que fiquei deitada pra cirurgia, Daí a importância de caminhar e fazer os exercícios.

Tive uma crise alérgica a BUSCOPAN. Já tinha tomado outras vezes e nunca tinha tido nada, mas lá, meu rosto começou a queimar, ficou vermelho... tomei anti-alérgico 2x e suspenderam o remédio e daí não tive mais nada.

Recebi algumas visitas lá: meus filhos, minha irmã e meu irmão, meu cunhado Marcio, minha cunhada Dione, meu amigo Marcio e meu pastor Sergio. Obrigada queridos!
Recebi MUITAS mensagens e telefonemas, mas levei algum tempo para responder porque até o celular me nauseava.

No próximo post, "a 1a alimentação, a gente nunca esquece", contarei como foi introduzida a 1a parte da dieta pós-cirurgia.
Valeu!

6 comentários:

  1. Que legal poder saber mais detalhadamente um pouco de tudo que você passou amiga. Nos encontramos sempre, mas com poucas oportunidades de sentarmos e conversarmos de detalhes assim. Deus te abençoe nesta nova fase...oramos muito por você!!! Bjs no coração!

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  2. Nossa Paula, e eu te encontrando toda semana... Não sabia de nada! Fico feliz em saber e vê-la bem!

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  3. Kkkk... Tranquilo Cami! Vc é a prova de Q estou bem de verdade! 😘

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  4. Kkkkk pedir desculpa pra sua mae eh demais!

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  5. Kkkkk pedir desculpa pra sua mae eh demais!

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