segunda-feira, 10 de abril de 2017

Respondendo as perguntas - parte 3 - Meus filhos

A última pergunta que a Dani Frozi me fez foi: "Antes vc era mais ligada na criação dos filhos? Como eles percebem você? Eles te amavam pelo que era e não seu corpo. Algo em vc mudou e como eles a percebem?"

Talvez essa seja uma das perguntas mais difíceis de responder porque além de uma autoavaliação, ainda tenho que perceber com um olhar "crítico e avaliativo" os meus filhos. Mas vamos lá que vale a pena tentar...

Se vc acompanha o blog, sabe que tratei com muito cuidado a maneira como eles receberiam a informação da cirurgia e afins. Acho que foi um cuidado importante e bem sucedido.

Alguns meses depois da cirurgia, o Samuel me perguntou se a cirurgia que eu tinha feito tinha alguma relação com emagrecer. Respondi que sim e perguntei porque ele estava perguntando. E ele com simplicidade respondeu, aliviado, que achou que eu estava com câncer porque eu estava emagrecendo e perdendo o cabelo e alguém (ele não soube precisar quem) disse que quem emagrece muito e perde cabelo, tem câncer. Tadinho... imagina o quanto sofreu com essa possibilidade!😞 Expliquei então, com mais objetividade o que era a cirurgia que eu tinha feito e porque estava emagrecendo e perdendo cabelo. Ele entendeu e disse: "ufa... q bom!" O Thiago ouviu tudo e disse: "câncer? nossa! ainda bem que você tá bem né mamãe?!" Fofos!😍

Sempre me preocupei e me ocupei com a educação dos meninos. Eu e o Luciano sempre conversamos a respeito, pensamos em estratégias. Erramos muito, acertamos algumas vezes. Sofremos e ficamos sem saber o que fazer em muitas situações. Em outras tantas, nos orgulhamos do que eles fizeram, das escolhas que tiveram! Mas ouvindo pessoas mais experientes, lendo (livros e principalmente a Bíblia) e orando, temos trabalhado para educar os meninos para que se tornem homens cristãos, íntegros, trabalhadores, afetuosos, alegres... 

O que mudou após a cirurgia é que percebo que como tenho mais disposição, consigo estar atenta a mais coisas, a mais detalhes e portanto, cuidar de mais aspectos da educação deles. Mas o que sempre me preocupa é o coração deles. Me preocupo mais com o coração do que com o comportamento já que entendo que este último é reflexo do primeiro. Mas esse é assunto pra outro dia.

A percepção deles sobre minha mudança física é clara: eles brincam que agora eu não tenho mais "barrigão"; que agora sou "magrinha" mas que continuo "fofinha"; me abraçam e beijam sempre. Também percebem que tenho mais disposição pra fazer as coisas, que durmo menos pelos cantos, que me exercito com mais frequência, que me alimento em menores quantidades e mais vezes. 

É óbvio que minha mudança alimentar os afetou já que eles também passaram a comer mais adequada e equilibradamente. Agora implico mais para que o Thiago coma verduras e legumes e menos doces, por exemplo. Já o Samuel, come verduras e legumes que é invejável! Mas é uma briga pra tomar leite! Enfim, nada de sossego... kkkk

Logo após a cirurgia, fiquei mais irritada e eles perceberam a irritação, mas nunca a relacionaram com a cirurgia. Também sempre fui muito clara com eles com relação a irritação a ponto de dizer "vai pro quarto e espera que quando eu me acalmar, vou lá pra conversarmos". Eles precisam entender que nem sempre estamos bem, que as vezes precisamos de tempo para respirar e acalmar... e que isso vale pra eles também!

Mas acho que a principal mudança é a qualidade do tempo com eles. Apesar de estar trabalhando mais do que antes, todo o tempo que eu tinha com eles, eu estava tão cansada e sonolenta que dormia sentada! Agora, não!!! Consigo brincar, jogar, pular, dançar, correr, ver filme, acompanhar os estudos... 

Acho também que o nível de exigência mudou: acho que estou mais exigente até. Mas na verdade, uma exigência que agora oferece companhia para caminhar, juntos, passo a passo, lado a lado! E isso é infinitamente melhor do que simplesmente exigir e ficar olhando, sem participar, sem acompanhar...

Quero muito que meus meninos sejam meus amigos! Mas entendo que para isso, preciso ser uma boa MÃE agora. Só se eu for uma mãe agora, poderei colher o fruto da amizade deles, no "agora" e no futuro. Que Deus assim me ajude!

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