Com 28 dias de operada, passei com o Dr Fabio de novo. Tinha uma lista de dúvidas, especialmente no que diz respeito aos remédios proibidos. Depois da cirurgia, não posso mais utilizar nenhum tipo de anti-inflamatório em nenhuma composição. Há mais informações sobre isso no site Franco e Rizzi, caso queira entender melhor.
Também sentia um incômodo logo abaixo da costela esquerda e queria ter certeza de que tinha relação com a cirurgia e principalmente queria saber se era normal. Depois de me examinar, tudo certo, tudo cicatrizando como era esperado, incômodo ligado ao procedimento... enfim, tudo ótimo!
Eu estava absolutamente afônica e gripadíssima. Ele me pediu pra tomar tylenol synus masserado (todos os comprimidos tem que ser amassados e transformados em pó nos próximos dias, até completar 60 dias de cirurgia). E mantê-lo informado para modificar a medicação, se fosse necessário.
Uma das coisas que tratamos é sobre o frio que eu estava sentindo. É verdade que enfrentamos um frio incomum nesse fase (esse dia era 13/06), mas eu estava sofrendo muito com o frio. Sempre fui calorenta e agora, não sabia nem como lidar com o frio. Lembro que em uma das noites que mais sofri, fiquei perto de 3h deitada tentando me esquentar. Eu chorava de frio, mas não conseguia fazer nada pra me esquentar e não conseguia dormir. Já tinha posto mais roupa, blusas de lã, 2 calças, 4 cobertores, o Lu ficou me esquentando como podia, friccionando as mãos nos braços, pernas e pés, mas nada fazia efeito. Só consegui dormir, depois que ele se deitou e eu me enrosquei nele. Finalmente me esquentei e dormi. Lembro que a única coisa que eu pensava era "como aquela equipe de rugby sobreviveu nos andes?" (caso não saiba do que estou falando, sugiro a leitura do livro "Milagre nos Andes" ou o filme "Vivos") Ok, vc deve estar pensando que sou exagerada! kkkkk.... mas essa era a dimensão do frio que eu sentia!
Dr Fabio me disse que além de realmente estar um frio muito intenso ao qual não estamos acostumados, nem adaptados, sentir mais frio era uma característica comum entre os operados. A perda da camada de gordura, nos deixava naturalmente mais expostos a isso. Mas, ele achava que eu tinha tido febre! Sei que parece óbvio, afinal eu estava muito gripada, mas meu frio era tão intenso que eu não conseguia pensar em nada. Me pediu pra das próximas vezes que sentisse frio assim, pra medir a temperatura e avisá-lo se houvesse qquer alteração. E ele tinha razão: nesse dia mesmo, medi e estava com febre.
Depois, fui conversar com a Dyandra (a nutri). Ela me passou a nova dieta pros próximos dias e caso eu não estivesse tão gripada, certamente teria dado cambalhotas de alegria. Eu estava operada fazia 28 dias e no dia seguinte poderia começar a tomar sopa (batida no liquidificador) mas não era mais necessário coar. Uhuuuuuu..... vcs não imaginam a diferença que isso faz!
A equipe que me operou faz uma opção de não passar pela comida pastosa antes de entrar na sólida. Então nós passamos da líquida (que começa rala após a cirurgia e vai engrossando até não precisar coar mais) diretamente para a sólida. O motivo tem relação com a mastigação (a pastosa não precisa de mastigação) e como saímos da líquida direto para a sólida, acabamos nos obrigando a mastigar melhor e isso é importante pro processo digestivo e de saciedade tbém.
A partir daqui, começo a fazer 3 refeições "grandes" por dia: café da manhã, almoço e jantar. Nos intervalos, devo consumir entre 1 litro e 1,5 litros. A hidratação é extremamente importante! E o detalhe, é que água é o líquido menos consumido, já que nessa fase, devemos dar preferência aos líquidos mais nutritivos: água de coco, leite, iogurte, vitamina de frutas...
Bom, outra coisa que fizemos nesse dia com a Dyandra foi pesar e refazer a bioimpedanciometria. Com 28 dias, eu havia perdido 10 kg (a expectativa era 13Kg). Fiquei frustrada! E ela me dizia "calma, ainda vamos fazer a bioimpedanciometria e daí conversamos. E ainda faltam 2 dias pra vc completar 30 dias de operada e isso faz diferença nessa fase". Bom, fizemos o exame e as boas notícias começaram a vir: eu havia perdido somente 2 kg de massa magra, o que indicava que eu havia conseguido perder gordura mesmo, em sua maioria, e que os exercícios haviam ajudado a manter a massa magra, coisa que é fundamental nessa fase. Também havia mantido a hidratação corporal em um índice adequado. Segundo ela, estava ótimo! Ufaaa....
Também conversei com a Rosália (a psicóloga) nesse dia. Conversei mais ou menos né, afinal eu estava afônica, kkkk.... Falei da minha decisão de não sentar a mesa com as pessoas enqto elas íam comer e eu só podia beber. Falei também sobre o olfato apuradíssimo. E contei sobre as primeiras impressões pós-cirurgia. Foi ótimo! Esses momentos sempre ajudam a reorganizar os pensamentos!
Ela me disse que a decisão de não sentar-se a mesa era algo importante nesse período porque indicava uma decisão pessoal de não ir além do que eu podia suportar, de não me "violentar" com coisas que seriam difíceis, nessa fase que já era difícil por natureza.
Bom, e no próximo post conto como foi a experiência com a nova dieta e as novas consistências.
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